segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Platão






Hoje enquanto saia do metrô, vi de relance uma face bonita que me interessou. Vestia roupas simples, tinha um cabelo loiro cacheado, olhos azuis e traços que contrastavam entre o forte, porém suave, e dizendo assim, pode parecer que a beleza é maior do que foi, porém está face (mesmo com a minha descrição o induzindo) não é de tanta perfeição assim. É daquelas belezas que parecem normais, porém eu me interesso sem motivo algum.

Nós nos olhamos enquanto eu abria meu guarda-chuva e seguia pela Av. Paulista em encontro de meu pai. Nenhum de nós ousou proferir palavras se quer. Eu continuei meu caminho pensando continuamente naquela face bonita e charmosa, que por alguma fração de tempo, olhou em meus olhos e acompanhou meus passos por dentro da noite. Eu pensei se deveria voltar correndo, pedir seu celular para colocar o meu numero, assim, quem sabe um dia, ele me ligaria e iríamos juntos sair e conversar, entre a noite, sobre nós dois, acompanhados da minha vergonha e a falta de jeito por sermos dois estranhos - ou quem sabe até, a noite do mesmo modo poderia ser surpreendente e nós dois podíamos ter assuntos dos mais variados. Mas sendo de uma forma ou da outra, eu não me importo, por que no fim eu voltei ao meu caminho e apenas o vi novamente enquanto estava no carro, e ele esperando o ônibus, ou algo a mais.

Eu fico pensando em quanto esses amores platônicos já me fizeram sofrer e querer parar de tê-los a todo momento. Já quis e fiz de tudo para eles sumirem; para que eu pudesse mudar e perder todo aquele coração que só queria se apaixonar perdidamente por alguém que retribuísse também. Por que no fim, é mais fácil desta forma, pelo menos para mim, que hoje vivo desta maneira, cada vez com mais dificuldade de encontrar forças para sair do escudo que me escondi.

Amar não é fácil, achar alguém também não. Porém, hoje eu sinto que cada vez mais regredi àqueles amores platônicos, como o tal do metrô, que junto com outros, são amores passageiros, que ajudam a camuflar o meu medo de amar.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Para escrever


A algum tempo eu passei a reparar mais em minhas redações para a escola. Nós somos obrigados a escrever não sei quantos textos com temas que nem temos tanto interesse e com gêneros que não fazem parte de nós, mas mesmo assim não há desculpa que vença a obrigação final: os textos devem ser escritos sempre com prazo.

Ontem eu passei o resto de minha noite (depois de algum tempo de continente imaginário) escrevendo dois contos, que confesso que gostei de fazer, mas que me forçaram a ir dormir tarde, acordar com sono e o mal humor de costume. Mas mesmo assim, eu os escrevi. Escrevi sobre pessoas que nunca vi, mas provavelmente devem existir por perto de mim. Escrevi também situações pelo qual nunca passe – e espero não passar. Mas mais do que isso, escrevi sobre vidas que não são minhas e escrevi em um dia sobre fatos que inventei, com facilidade e gosto.

Hoje com um pouco mais de tempo decidi vir postar em meu blog, que abandonei

por um fato simples: eu não sei escrever sobre mim. Mas agora com minha dor de cabeça e o cansaço que estou e tenho das coisas e a forma que vão, simplesmente prefiro nem pensar neste ser que convivo e habito, troco tudo isso por uma noite de sono e acordar apenas no dia de amanhã, para que não haja mais a necessidade de pensar e me definir, pelo menos por agora.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

And I'm floating in the most peculiar way







And the stars look very different today

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Com sabor de vidro e corte



É quase impossível para mim não pensar atualmente no que nos alegra, pode ferir também.

Minha felicidade oscila mais do que qualquer exemplo ridículo que eu poderia dar aqui, e hoje a exceção é que minha tristeza a pouco tempo foi motivo de densa felicidade.
Acho que os impulsos e casos não programados nos trazem aquele sentimento inexplicável gostoso e voraz, porém como a canção diz “tristeza não tem fim, felicidade sim”. Sei, sei bem quanto deprimente posso parecer com essas palavras, pensamentos e afins, mas se de algo sei, e posso dizer sobre mim, é deste meu aprendizado perante erros e momentos difíceis.

Eu nunca soube fugir de mim – eu pelo menos sinto isso. É de praxe ver aqueles em que a última pessoa que procuram para desabafar ou tentar resolver suas dores, são si próprios. Mas isso nunca foi algo que eu quis comigo. Acho que às vezes eu poderia escapar de minhas dúvidas constantes e cobranças excessivas, mas parece que esse é o difícil para mim, sempre fazendo do extremismo passos para me guiar.

Mas voltando a origem do texto, penso que o que quis dizer até agora é sobre nossas ansiedades, desejos e apetite voraz, que misturadas podem ser a gota fatal para a felicidade agora roubada. Será melhor então a cautela e proteção?